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O poder da primeira capa do Capitão América

  • Foto do escritor: Artur Lopes Filho
    Artur Lopes Filho
  • 15 de jul. de 2021
  • 2 min de leitura

Quando pensamos no Capitão América nos dias de hoje, sobretudo nos filmes da Marvel, onde vemos ele enfrentando a SHIELD, o Homem de Ferro e o próprio governo estadunidense, muitas vezes esquecemos que ele foi um personagem criado em 1941 para enfrentar as forças do Eixo na Segunda Guerra Mundial.

Esse pequeno detalhe faz dele um soldado, que não só trazia consigo os valores de uma nação frente a ameaça que a Itália, o Japão e a Alemanha traziam para o mundo, mas fazia dele a representação de uma vontade: de esmurrar Hitler e fazê-lo engolir sua arrogância!

Ainda que os EUA só viesse ingressar oficialmente no conflito em Dezembro de 1941, no início desse mesmo ano o Capitão América já manifestava todo seu descontentamento com a proposta nazista, prevendo a intervenção americana em meses. Com essa ação, o Capitão América trouxe à tona aquilo que findaria sua imagem: a de símbolo de um imaginário ideológico que entendia os EUA como um exemplo de valores transcendentais de liberdade, justiça e, sobretudo, de patriotismo. O que o moveria, inclusive, a invadir a Alemanha nazistas e esmurrar seu líder, ainda que, naquele período, seu país não tivesse diretamente envolvido no conflito.

A ousadia da capa firmou o caráter patriótico do personagem, traduzindo, na sua primeira imagem de capa, aquilo que para uma parcela (significativa) da população estadunidense se encontrava silenciado. Por mais que nesse período já tivéssemos outros personagens patrióticos combatendo nazistas, nenhum, até então, havia chego ao próprio Fürer. Mas aqui cabe uma ressalva: em fevereiro de 1940, foi publicada uma história intitulada How Superman would end the war, desenhada para a Look Magazine. Nela, o Superman capturava Adolf Hitler e Josef Stalin, líderes da Alemanha Nazista e da antiga União Soviética, e os entregava para a Liga das Nações, a fim de serem julgados pelos seus crimes.

Por mais que a ação do Superman (de Siegel e Schuster) tivesse o amparo legal, seu ato era deveras puritano diante da monstruosidade da guerra, algo que o Capitão América (de Kirby e Simon) traduzia com perfeição. Algo como um xingamento diante do absurdo; uma reação violenta contra a barbárie; uma explosão de sentimentos manifesto em um soco; um basta para tudo aquilo que estava acontecendo.



 
 
 

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